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Transtornos bucais em crianças

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Cuidados precoces garantem a saúde bucal infantil

Escrito por: Elessandra Asevedo

Os transtornos bucais em crianças vão muito além da estética, pois podem comprometer funções vitais como mastigação, respiração, deglutição e fala. Um estudo da Associação Brasileira de Ortodontia (ABOR) revelou que apenas 14,83% das crianças avaliadas apresentavam mordida normal. A maioria mostrava algum tipo de má oclusão, 57,24% tinham desalinhamento sem alteração esquelética, 21,73% queixo retraído e 6,2% queixo projetado para frente.

Além disso, 52,97% sofriam com cáries e/ou perdas dentárias, 19,58% tinham mordida cruzada e 18,09% mordida profunda ou sobremordida – quando os dentes superiores cobrem excessivamente os inferiores. A pesquisa mostrou, ainda, que 15,85% das crianças possuíam mordida aberta, quando os dentes superiores e inferiores não se tocam ao fechar a boca.

Prevenção

O diagnóstico e o acompanhamento de alterações no crescimento facial e na oclusão dentária são fundamentais para garantir o desenvolvimento harmonioso da face, da função mastigatória e da fala. A cirurgiã bucomaxilofacial Laura D’Ottaviano destaca que o diagnóstico precoce contribui para a reabilitação de funções importantes, melhora da autoestima e prevenção de complicações futuras.

“Com uma intervenção oportuna, conseguimos evitar que problemas simples evoluam para quadros mais graves”, pontua. A profissional do Vera Cruz Hospital, em Campinas, acrescenta que o cuidado com os transtornos bucais em crianças começa por volta dos seis anos de idade. Para isso, é importante visitar ortodontistas ou ortopedistas funcionais dos maxilares.

De acordo com a cirurgiã bucomaxilofacial, o acompanhamento de um especialista é indispensável. “Além do alinhamento dentário, é importante incentivar hábitos saudáveis como boa higiene bucal, alimentação equilibrada e sono de qualidade”, reforça.

Atentos aos sinais

Atualmente, os avanços tecnológicos têm contribuído significativamente para o diagnóstico e tratamento de alterações bucomaxilofaciais. No entanto, a cirurgiã lembra que é necessário que mães, pais ou responsáveis tenham atenção aos sinais. Dentre eles estão dificuldade para mastigar, preferência por alimentos macios, dentes que não se encostam ao fechar a boca ou que se posicionam invertidos. Ademais, desalinhamento dental, respiração bucal e alterações no perfil facial da criança são sinais de alerta.

Para confirmar o diagnóstico, exames de imagem mais precisos, planejamento digital em 3D e cirurgias guiadas por navegação permitem abordagens menos invasivas e com melhores resultados. “Hoje, contamos com distratores ósseos e aparelhos ortodônticos modernos, indicados desde a infância, que melhoram o prognóstico e, muitas vezes, evitam a necessidade de cirurgias na vida adulta”, afirma a especialista.

Entendendo as especialidades

A cirurgião reforça que é importante conhecer as especialidades para buscar o profissional mais adequado para cada necessidade (veja abaixo). “Quando o crescimento dos ossos da face é afetado por fatores genéticos, traumas ou hábitos como uso prolongado de chupeta e sucção de dedo, a correção precoce pode evitar cirurgias mais invasivas na fase adulta”, alerta.

 

Outro fator essencial é a avaliação dos freios labiais e linguais, cujas alterações podem comprometer funções essenciais da face. Entre as situações que exigem intervenção cirúrgica estão a presença de dentes supranumerários e dentes retidos que não erupcionam na idade esperada. Além disso, lesões ósseas como cistos e tumores, anquilose – quando a mandíbula se funde e impede a abertura da boca –  e fraturas mal diagnosticadas podem demandar necessidade de cirurgia.

Fique sabendo!

  • O ortodontista ou ortopedista funcional atua na prevenção e correção de problemas dentários e funcionais com uso de aparelhos e eliminação de hábitos nocivos.
  • O cirurgião bucomaxilofacial é indicado quando há necessidade de intervenção cirúrgica, especialmente em casos com comprometimento ósseo ou sequelas de trauma.
  • A atuação do cirurgião é indispensável nos casos mais graves, que não podem ser resolvidos apenas com aparelhos ortodônticos.

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