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Doença renal crônica

• L. Shirota

Efeito do LcS nos níveis de ureia na doença renal crônica

Escrito por: Adenilde Bringel

A literatura científica mostra que pacientes com doença renal crônica (DRC) têm um aumento de bactérias aeróbicas intestinais. Esses microrganismos produzem toxinas urêmicas e diminuição de bactérias anaeróbicas como Bifidobacterium e Lactobacillus.

Dentre as espécies de Lactobacillus consideradas probióticas está o Lactobacillus casei Shirota (LcS). Assim, pesquisadores mexicanos realizaram um ensaio clínico para avaliar o efeito do LcS na diminuição dos níveis de ureia no sangue de pacientes com DRC.

O objetivo era verificar se haveria uma dose específica de LcS que produzisse um benefício para esses pacientes. Esse ensaio clínico simples, randomizado e controlado envolveu pacientes ambulatoriais tratados no Instituto Nacional de Ciências Médicas e Nutrição Salvador Zubirán, na Cidade do México.

O foco era determinar a necessidade de dose de LcS para alcançar uma redução superior a 10% na concentração de ureia no sangue em indivíduos no estágio 3 e estágio 4 da doença renal crônica.

A hipótese dos pesquisadores era de que a administração de um produto lácteo fermentado contendo 16×109 unidades formadoras de colônia (UFC) de LcS poderia diminuir a ureia no sangue desses pacientes. O estudo envolveu 30 indivíduos com doença renal crônica nos estágios 3 e 4 da enfermidade.

O estudo

Na primeira visita foram obtidas informações gerais sobre a doença de base, comorbidades, tipo e dose dos medicamentos utilizados. Além disso, foi colhida uma amostra de sangue basal em jejum de todos os pacientes para determinação das concentrações séricas de creatinina e ureia. “Após a coleta de sangue, os pacientes foram randomizados em dois grupos para receber uma dose de LcS”, explicam os autores.

Todos os participantes seguiram uma dieta isocalórica (30 kcal/kg de peso ideal) e isoproteica (0,8 g/kg de peso ideal) durante os dois meses de intervenção. “Essas dietas foram elaboradas para garantir um bom aporte proteico e energético que não afetasse diretamente as concentrações bioquímicas em estudo”, acentuam os autores. Um nutricionista especializado em doenças renais calculou e explicou essas dietas a cada paciente.

Randomizados

Os pacientes foram divididos em dois grupos. O Grupo A recebeu  8×109 UFC de  Lactobacillus casei Shirota e o Grupo B recebeu 16×109 UFC de LcS. Os pacientes foram acompanhados por oito semanas. Amostras da linha de base e final foram obtidas para calcular as concentrações basais e finais, respectivamente, de ureia no sangue e creatinina sérica.

Todos os pacientes participaram de um acompanhamento de duas semanas para monitorar sua adesão à dieta e o consumo da bebida láctea fermentada com LcS, assim como a avaliação final após dois meses de tratamento. Amostras de sangue foram obtidas ao final do período de intervenção para determinar as concentrações finais de creatinina e ureia no sangue.

Resultados

Ao analisar a variação percentual entre as diferentes doses, os cientistas encontraram uma diminuição superior a 10% nas concentrações de ureia no sangue após um tratamento dietético convencional com LcS. Esse resultado foi obtido para pacientes tratados com a dose de 16×109 de LcS em estágio 3 e 4 da doença renal crônica.

“Consideramos esse achado significativo em relação à medida inicial”, relatam os autores. O artigo ‘Effect of probiotics on human blood urea levels in patients with chronic renal failure’ foi publicado no periódico Nutrición Hospitalaria . Os direitos autorais pertencem à Aula Medica Ediciones 2014.

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